sexta-feira, 20 de maio de 2011

Como meu solo recebe a Palavra de Deus?

 Seminarista Giovani Sasso Lopes





Lucas 8: 1 - 15

1 Logo depois disso, andava Jesus de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e iam com ele os doze,
2 bem como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios.
3 Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Susana, e muitas outras que os serviam com os seus bens.
4 Ora, ajuntando-se uma grande multidão, e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse Jesus por parábola:
5 Saiu o semeador a semear a sua semente. E quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; e foi pisada, e as aves do céu a comeram.
6 Outra caiu sobre pedra; e, nascida, secou-se porque não havia umidade.
7 E outra caiu no meio dos espinhos; e crescendo com ela os espinhos, sufocaram-na.
8 Mas outra caiu em boa terra; e, nascida, produziu fruto, cem por um. Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
9 Perguntaram-lhe então seus discípulos o que significava essa parábola.
10 Respondeu ele: A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos outros se fala por parábolas; para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.
11 É, pois, esta a parábola: A semente é a palavra de Deus.
12 Os que estão à beira do caminho são os que ouvem; mas logo vem o Diabo e tira-lhe do coração a palavra, para que não suceda que, crendo, sejam salvos.
13 Os que estão sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; mas estes não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, mas na hora da provação se desviam.
14 A parte que caiu entre os espinhos são os que ouviram e, indo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas, e deleites desta vida e não dão fruto com perfeição.
15 Mas a que caiu em boa terra são os que, ouvindo a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão fruto com perseverança.

 


INTRODUÇÃO: A tarefa de semeadura era uma atividade do cotidiano do povo na época de Jesus. Portanto, de fácil entendimento. Ainda hoje, é algo que se tem, ao menos, uma noção. Mas o importante é a aplicação que Cristo operou com esta ilustração. Leia o texto bíblico  e medite comigo, conforme o texto abaixo.

I) O Plantio: naquela época, a semente era espalhada e, depois, enterrada com um arado primitivo. OU SEJA, a semente era espalhada indiscriminadamente, sendo depositada tanto em solos bons para o plantio quanto em solos ruins (ou despreparados).

Cristo estava ensinando acerca do estabelecimento do Reino de Deus pela proclamação do Evangelho. Alguns iriam aceitá-lo (o que está representando pelo solo bom para o plantio), outros não. Os solos ruins não representam, em verdade, cada um, um tipo de pessoa diferente. Mas destacam os motivos pelos quais as pessoas não são inteiramente alcançadas pelo poder transformador do Evangelho.

Semente lançada no Caminho: também conhecido como “chão batido”. Seria uma parte do terreno que estaria socado, resultante de uma trilha usada para a circulação de pessoas e animais no campo do lavrador. Como não há a efetiva penetração da semente no solo, torna-se fácil alimento para os pássaros.

Cristo explica que seria a situação daquelas pessoas para quem a Palavra é pregada mas quase que imediatamente arrancada por Satanás.
Seriam aquelas pessoas que não querem nem saber de ouvir falar do Evangelho, por preconceito, desconfiança ou opinião formada. É a falsa sabedoria humana tendo a pretensão de ser superior à Sabedoria de Deus (confira o que diz I Coríntios 1.23-25).

II) Semente lançada no Solo Pedregoso: trata-se de uma fina camada de terra depositada em uma camada de pedras. Não há, portanto, uma profundidade de terra adequada para desenvolvimento da raiz. A planta até brota, mas a sua fragilidade a impede de resistir ao sol forte.

Cristo explica que se trata daquelas pessoas que, embora tenham recebido a Palavra com alegria, por não ter raiz firme, desistem da fé na hora da provação.
Todos enfrentamos dificuldades, tanto aqueles que crêem em Cristo quanto aqueles que não crêem. No entanto, para os que crêem, há uma diferença, nosso Deus é o nosso Pastor que está sempre nos cuidando (Salmo 23). Além disso, importante atentarmos para o que diz Tiago 1. 2-4:

Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma.

III) Semente lançada entre os Espinhos: ou terreno com ervas daninhas (ou o “capim bravo”). Estas plantas danosas crescem e se desenvolvem mais rápido. Com isto, “roubam” o espaço e os nutrientes necessários ao desenvolvimento da semente lançada pelo semeador.

Cristo explica que se trata daquela circunstância onde a pessoa recebe a Palavra. No entanto, no decorrer da vida cristã, há outros valores que competem com a sua fé em Cristo: riquezas, preocupações, ansiedades, prazeres, etc. Veja que o texto diz que há uma tentativa de produção de frutos que, no entanto, não amadurecem (Lc. 8.14).

Não é errado trabalhar para obtermos recursos para o nosso sustento e de nossa família. O erro está em reservar um amor exagerado às coisas do mundo em detrimento à nossa fé e confiança em Deus. Além disso, tempos problemas como depressão, ansiedade e o conhecido stress, denominados os males do século, onde uma enorme parcela da população está acometida por um ou todos estes males. Novamente, lembro que não há pecado em ser prudente. O pecado é deixar de viver uma vida plena em Cristo, por estar constantemente preocupado com problemas e dificuldades que nem se sabe se virão.

É bem melhor seguir o conselho da Palavra de Deus:

I Pedro 5.6-7: Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido. Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.

IV) Semente lançada em Boa Terra: é quando a Palavra penetra na vida da pessoa, cria raízes fortes e se desenvolve, produzindo frutos em quantidade extraordinária.

Cristo explica ser o caso em que a Palavra é aceita com coração bom e generoso, ouvindo-a, retendo-a e dando fruto, com perseverança.

CONCLUSÃO: Em resumo, a Parábola do Semeador (ou Parábola dos Solos) demonstra a forma como o Evangelho é proclamado e a forma e consequências de como ele é aceito. Assim, apesar de muitos não a aceitarem, os que a aceitarem, experimentarão uma qualidade de vida espiritual e uma forte comunhão com Deus, o que se identifica com um crente que produz muitos frutos.

Mas é possível extrair-se, ainda, outra aplicação. Com que profundidade, nós que já cremos, permitimos que a Palavra de Deus penetre em nossas vidas?
Como temos reagido diante das tribulações?
Será que não estamos deixando de viver uma vida plena com Cristo para viver uma vida cristã “meia-boca”, cheia de lamentações, preocupações, ansiedades e correrias desnecessárias.

Que tipo de solo a minha vida tem sido? Um solo rochoso, onde minha fé sucumbe diante das dificuldades e tribulações. Um solo cheio de ervas daninhas, compostas de diversas coisas que consomem toda a minha energia e preocupação, deixando, apenas, uma vaga margem para a atuação de Deus em minha vida? Ou nossa vida é um solo onde, por vivermos as Verdades ensinadas por Cristo, a Palavra de Deus produz muitos frutos?

Deus pode e quer atuar em nossa vida. Ele lança a semente. Mas será que permitimos o seu desenvolvimento? Quanto tempo tenho investido na leitura da Palavra de Deus, em oração e na comunhão? O que tem me impedido de melhorar neste sentido? Pedras, espinhos ou pássaros?

Busque construir em tua vida, um solo que recebe e vive a Palavra de Deus, dando muitos frutos, para a Honra e Glória do Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

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